Líder do governo na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiu que a falta de acordo poderá inviabilizar a aprovação da reforma política.
Os pequenos partidos não querem o sistema majoritário Distritão e nem mesmo o Distrital Misto, que vem com metade das vagas para ser preenchida com uma lista fechada de políticos ao estilo kinder ovo. (ninguém sabe o que tem dentro)
TSE evitará mexer
Esse negócio de que, se a Câmara e o Senado não aprovarem uma reforma política para as eleições de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia criar um novo código eleitoral é quase improvável. Ministros do Supremo estão achando que os dois modelos em pauta vão beneficiar apenas os que estão com mandato. Assim, na hipótese de o TSE ficar com a palavra final, é provável que tudo continue como está, ou seja, o sistema atual permaneceria, talvez, com o fim das coligações.
Mulheres em alta
Na última coluna eu disse que, se o Distritão passasse a valer para 2018, Rondônia teria 95% de chance de ficar com metade da bancada federal composta por mulheres. As quatro seriam Marina Carvalho (PSDB-RO), Jaqueline Cassol (PP-RO), Marinha Raupp (PMDB-RO) e Sílvia Cristina (PDT-RO).
…continuam
E se continuasse da forma que é – Sistema Proporcional sem ser voto majoritário? A possibilidade de eleger quatro mulheres continuaria, no entanto, o PMDB poderia fazer duas vagas se não houvesse coligação.
Homens com chances
Expedito Neto, Marcos Rogério (PDT-RO), Nilton Capixaba (PTB-RO) surgem, em minha análise, como os favoritos da ala masculina com grandes chances de se reelegerem. Nesta leitura a renovação da Câmara poderia ficar então com Jaqueline Cassol (PP-RO), Silvia Cristina (PDT-RO) e Leo Moraes (PTB-RO) – deputado estadual da capital com grande potencial de ficar entre os oito mais votados.
Continuam na disputa
Ainda nesta peleja surgem Luiz Cláudio (PR-RO), Lindomar Garçon (PRB-RO), Lúcio Mosquini (PMDB-RO) e um membro da família Donadon que, certamente não estará fora dessa disputa, além do ex-prefeito da capital, Mauro Nazif (PSB-RO). Esse quadro ao qual exponho aqui independe do sistema eleitoral.
Influência casada
Expedito Netto surgira com grandes possibilidades de reeleição a deputado federal porque o pai dele, Expedito Júnior (PSDB-RO), será candidato ao Senado. Em 2010 ocorreu algo muito parecido: Valdir Raupp saiu candidato ao Senado e Marinha Raupp, que estava em reeleição para federal, conseguiu pouco mais de 100 mil votos. Isso se deveu à influência de nome igual ao cargo majoritário com cargo à eleição proporcional.
Conjectura
Existem outros fatores que poderiam mexer com a ciranda das vagas para deputado federal. As duas recomendações da Polícia Federal ao Supremo atestando em dois processos que não há crime cometido pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), somado à hipótese da manutenção do voto proporcional sem coligação, poderia provocar um fato impensado até então: de que a cúpula do PMDB Nacional convenceria o governador Confúcio Moura, do mesmo partido, a disputar uma vaga de deputado federal. Isso seria reforçado com o argumento de que o PMDB poderia fazer de três a quatro cadeiras, ou seja, metade da bancada federal, o que seria muito importante para o PMDB Nacional, que busca se manter como maior bancada ao fim de 2018.
Essa hipótese poderia garantir até mesmo a reeleição de Lúcio Mosquini (PMDB-RO) com alguma facilidade. Mas essa conjectura só seria possível numa situação de eleição proporcional sem voto majoritário como prioridade e sem coligação.
Confúcio
Aos mais íntimos, Confúcio tem dito com todas as letras que não será candidato a nada. Uma forma até elegante de não demonstrar que estaria fazendo a partilha de bens com o paciente na UTI. A realidade, no entanto, é que Valdir Raupp não só está a poucas horas de ter alta, como está adquirindo anticorpos podendo entrar numa reeleição em situação com menor grau de pressão.
Jesualdo
Outro que está dizendo não quer ouvir falar em eleição para o Senado (pelo menos por enquanto) é o prefeito de Ji-Paraná/RO Jesualdo Pires (PSB), mas a exemplo da reeleição dele para prefeito, na qual, até às vésperas negava que não sairia candidato, deixa no ar uma espécie de Déjà vu. O certo é que Jesualdo tem potencial para se tonar segundo voto dos candidatos que são primeiro voto na maior parte dos municípios de Rondônia.
Vantagens
Jesualdo, seguramente, só é primeiro voto mesmo em Ji-Paraná, mas essa é a grande vantagem a favor dele. Candidato de primeiro voto é aquele cuja projeção do nome é conhecido em todos os lugares de Rondônia como primeira lembrança na memória eleitoral do cidadão. Fazem parte desse rol Acir Gurgacz, Expedito Júnior (PSDB), Valdir Raupp (PMDB), o próprio Confúcio Moura (PMDB) e Ivo Cassol, que há muito tempo disputam eleição majoritária estadual.
Históricos
Resultado de eleições anteriores revelam que, dificilmente candidato de Primeira opção de Voto acaba sendo segunda opção com grande percentual de votos de um outro candidato também de primeiro voto. Sendo assim, se Jesualdo sair como primeiro voto em Ji-Paraná e conseguir pelo menos 13% de votos com cada um dos concorrentes de primeiro voto, ele já estaria com uma das duas vagas ao Senado assegurada. Isso já aconteceu com Fátima Cleide (PT) que foi, na condição de segundo voto, a mais votada para o Senado nas eleições de 2002.
“Numa eleição para o Senado com duas vagas, ser um Rubinho Barrichello, é mais vantajoso do que ser um Michael Schumacher”. Roberto Gutierrez
Governo de Rondônia
Na próxima coluna o tema será dedicado à disputa pelo governo de Rondônia. Nela estarei abordando não só sobre os possíveis candidatos, como Acir Gurgacz (PDT-RO), além das possibilidades da indicação dos vices, que pela primeira vez, terão maior importância na composição, inclusive, de redutos eleitorais. A coluna abordará ainda sobre os grupos que poderiam se formar, sobre os efeitos das redes sociais; quanto a erro de estratégia de alguns pré-candidatos e que na eleição de 2018 a exemplo de 2014, grupo terá maior peso que o próprio nome do candidato ao governo, aliás, será um conjunto que poderá fazer a diferença – não haverá espaço para masturbação política.
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