Morre aos 88 anos a matriarca da família Meira

Cleide Angélica Rocha Meira tinha 88 anos.
Cleide Angélica Rocha Meira tinha 88 anos.

Roberto Gutierrez – Morreu no fim da tarde de ontem, em Porto Velho/RO, aos 88 anos de idade, Cleide Angélica Rocha Meira, viúva do seringalista Walmart Meira Paes Barreto.  O velório está acontecendo em Porto Velho.

Dona Cleide chegou à Vila de Rondônia (hoje Ji-Paraná) no dia 14 de abril de 1951 recém-casada com Walmart Meira, seringalista que já estava nestas terras desde junho de 1947 o qual, trabalhava no seringal Itapirema.

Foi amor à primeira vista e se transformou num casamento memorável o romance de Cleide e Walmart. Após o fim da Segunda Guerra Mundial os dois se conheceram em Belém do Pará, cidade natal de Celide. O jovem Walmart não fazia muito tempo que havia saído do Exército após serviço militar. Mas até ao casamento, os dois apaixonados tiveram que sobreviver à aprovação da distância. Em meados de 1947 Walmart desembarca às margens do rio Machado no seringal Itepirema na Vila de Rondônia. Ele passaria a trabalhar com o futuro cunhado Nestor Costa. Os desafios da época eram nada diante da saudade da noiva Cleide, uma católica fervorosa que participava do Sagrado Coração de Jesus.

Cleide Angélica Rocha Meira e Walmart Meira Paes Barreto ajudaram a contribuiram para a consolidação da Vila de Rondônia a formação de Ji-Paraná.
Cleide Angélica Rocha Meira e Walmart Meira Paes Barreto ajudaram na consolidação da Vila de Rondônia e a formação de Ji-Paraná.

Praticamente seis anos depois do primeiro encontro e noivado, chega o grande dia: o casamento de Walmart e Cleide. A consagração do matrimônio foi no dia 22 de fevereiro de 1951, na cidade de Belém. Em ritmo de lua-de-mel os dois apaixonados viajaram rumo à Vila de Rondônia. Essa aventura com tempero de romance foi a bordo do navio Lobo Dálmata, com escalas em Manaus e Porto Velho. Dois meses de muita água e mato, tendo que fazer baldeação a pé para desviar de cachoeiras, Walmar e Cleide que recém havia completados 21 anos de idade, chegam a Vila Rondônia. Isso aconteceu no dia 14 de abril de 1951.

A Vila de Rondônia era só mato, algumas famílias de seringueiros, não havia sequer a BR-364 que, quando foi aberta, 10 anos depois, se chamou BR-29.

Conforme nos contou emocionado o filho Walter Meira, Dona Cleide enfrentou esses desafios ao lado do amor de sua vida. Viu a Vila de Rondônia de seringueiros surgir do nada e se transformar na segunda maior cidade de Rondônia. Algo imaginável na época.

Essa história de amor que parece ter saído das telas de cinema teve frutos. O casal teve 12 filhos: Wanderley, Wanda e Marival, esses são falecidos. Depois vieram Walter, Ana Maria, Rosângela, Eliana, Marília, Rosana, Márcia, Wânia e Cilene. Além dessa escadinha natural, teve espaço ainda na casa e no coração do casal Walmart e Cleide os filhos adotivos Luzia, Francisca, Adelaide , Ivanira e, especialmente, a Reneide.

Incansável, diante de tantos desafios, Cleide Angélica Rocha Meira, participou dos movimentos que deram a estruturação social para a Vila de Rondônia e Ji-Paraná. Isso não foi empecilho algum para ela, que assegurou atenta à escolaridade dos filhos: todos os possuem curso de nível superior. Dessa família numerosa, continuam morando em Ji-Paraná a esposa e filhos do Wanderley, além de Walter Meira com a família.

 

 

5 Comentários

  1. A família Meira, na pessoa do meu avó Sandoval Meira, começou o que o meu tio Walmar tão bem deu continuidade. O seu casamento com a mulher maravilhosa que foi minha tia Cleide, deu ao estado de Porto Velho, não só uma história de desbravadores, mas uma história de amor. Tenho muito orgulho da minha família e em especial do meu tio Walmar e tia Cleide. Agradeço a homenagem merecida que o jornal prestou a está mulher incrível de quem tive a honra de ser sobrinha. Que a sua energia, que o seu exemplo continue a encher os nossos corações de respeito e amor. Katy Meira

    • Olá Katy, boa tarde. Seu avô, sr. Sandoval, foi pai adotivo de minha avó Fátima. Se você tiver algum documento com a data de nascimento dele e de falecimento, poderia me mandar em meu e-amil? [email protected]
      Estou montando uma árvore genealógica de minha família.

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