Uma carreta parada com mais da metade carroceira na pista de rodagem, sem sinalização e somado a pouca visibilidade de uma serração, foram os motivos que levaram ao acidente fatal de um ônibus da TransBrasil, na madrugada desta quinta-feira, por volta das 4h30, na região de Comodoro, Mato Grosso, a 677 km da capital Cuiabá. O resultado da imprudência matou Três pessoas e deixou outras quatro em estado grave. Os feridos estão internados em Cáceres/MT e, segundo a assessoria de comunicação da empresa de ônibus, já estão fora de perigo.
Mortos
Morreram no acidente Eliane Rambo Almeida, 43 anos. Ela morava em Jaru, interior de Rondônia. Também, da cidade de Jaru, morreu Thais Costa. A terceira vítima era Maria Aparecida dos Reis. Ela embarcou em Porto Velho. O corpo dela foi levado para Goiânia.
Todas as despesas médicas, de translado e as indenizações que serão requeridas estão asseguradas pela empresa de ônibus.
Causa
O ônibus, que havia saído de Porto Velho na quarta-feira com destino a Goiânia com 27 passageiros, acabou se chocando na carroceria da carreta mal estacionada. O trecho da BR-364 a onde aconteceu a batida tem uma subia natural. A carreta, que estava no prego com a cruzeta do cardan quebrada, estava um pouco à frente da subida na parte plana da rodovia.
Narrativa
O motorista do ônibus, Valmir Oliveira Silva, o Doquinha, que completa 37 anos no próximo dia 10, também ficou ferido. Ele, que teve alta ontem (05/04), contou que tentou ao máximo desviar o ônibus de uma batida em cheio. Havia neblina e acabou avistando a carreta a poucos metros. “Se eu não tivesse conseguido desviar de uma batida em cheio, certamente eu, e muitos passageiros não estaríamos vivos”, comentou emocionado.
Os advogados da TransBrasil vão acionar na Justiça empresa dona da carreta. Trata-se de uma transportadora de soja com sede na cidade de Espigão do Oeste.
A Folha não conseguiu ouvir o motorista da carreta e nem a transportadora, mesmo assim, uma fonte revelou que o motorista da carreta compareceu ontem (05/04) à delegacia de Comodoro, no Mato Grosso, acompanhado de um advogado. Segundo a mesma fonte, o motorista contou que a carreta estava em movimento, não estava parada.
Contradição
A informação desse motorista não se sustentaria, haja vista a entrevista que foi dada por um policial rodoviário federal, alegando “irresponsabilidade”, pois, “nenhum tipo de sinalização havia sido colocado, sequer um galho à margem da pista”, disse o policial, alegando que a carreta estava mal estacionada. Veja a entrevista:
Imagens revelam o defeito
Muitos vídeos gravados após o acidente revelam que a carreta estavam sem o cardan: um eixo tubular que liga o motor ao diferencial da carreta. Sem ele não há como a carreta andar.
Uma outra fonte revelou que a carreta só pode ser retirada depois que um mecânico colocou o cardan de volta. Imagens feitas após o serviço (foto abaixo) revelam uma cruzeta nova, inclusive, parafusos recém-colocados, além da marca de corrente no cardam, conforme a foto.
Outras imagens retiradas de vídeos feitos logo após o acidentem revelam que a carreta estava sem cardan. Veja nas fotos abaixo:
O Boletim de Ocorrência da Polícia Rodoviária Federal nº 19017447B01, deverá ser liberado na próxima semana.
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