Presidente da Petrobras fala no Senado sobre privatização de refinarias e fábricas

Ludmila Lucas – Pela primeira vez nesta legislatura, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, compareceu ao Senado para prestar esclarecimentos sobre as atividades da estatal e os planos de ação para investimento e desinvestimento. A audiência pública foi realizada na Comissão de Infraestrutura, nessa terça-feira (14/08), presidida pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO).

Castello Branco explicou aos parlamentares presentes o plano de privatização de refinarias e fábricas de fertilizantes da estatal, bem como o plano de desinvestimento, com a venda para a iniciativa privada da malha dutoviária NTS/TAG (que serve de ligação ao Gasoduto Brasil-Bolívia). “A venda dos ativos faz parte de uma estratégia macro procurando diminuir o endividamento e atrair mais investimentos para a cadeia total do setor, em virtude das dificuldades da Petrobras para investir”, justificou.

E acrescentou: “Não estamos desmontando a Petrobras, estamos tornando-a melhor. Não precisamos ser donos da infraestrutura toda, precisamos da garantia de uso, onde entram os contratos de longo prazo ship or pay. As outras empresas têm hoje custos de capital mais adequados para estes investimentos”.

Por fim, Castello Branco garantiu que as novas diretrizes da empresa como um todo levarão a um “renascimento” da indústria petrolífera e de gás em diversos estados do país.

Gasoduto em Rondônia

Presidente da Comissão de Infraestrutura, Marcos Rogério questionou a Roberto Castello Branco sobre a possibilidade de expandir o gasoduto urucu-coari-manaus, que liga o Pólo Arara, localizado na região petrolífera de Urucu (município de Coari, Amazonas) à Refinaria Isaac Sabbá, em Manaus.

“Entendemos que para a Região Norte seria importante que esse gasoduto pudesse chegar ao estado de Rondônia. A energia hoje acaba sendo um produto caro justamente em razão da queima de combustíveis para a produção pelas termoelétricas. O uso do gás poderia baratear o custo de produção e Rondônia se encontra nessa situação. Queria saber se há viabilidade técnica, ambiental e econômica”, questionou Marcos Rogério.

O presidente da Petrobras, por sua vez, explicou que gestões passadas avaliaram que o campo de urucu não tinha capacidade técnica conforme havia sido projetado. “Contudo, vamos revisitar o assunto e fazer uma nova avaliação”, ponderou.

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