O senador afirmou que os produtores rurais e empresários brasileiros estão de mãos atadas sem saber a quem pedir socorro.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), em pronunciamento na quarta-feira (17), questionou o governo sobre o que está sendo feito diante do alerta da Embrapa a respeito de medidas tomadas pela China para fortalecer a produção interna e se reposicionar no mercado global pós-pandemia. O senador disse que essas ações terão impacto sobre o agronegócio do Brasil. Gurgacz cobrou um planejamento “bem definido” para o agronegócio brasileiro continuar exportando e garantindo a segurança alimentar da população. Ele disse acreditar que, apesar do cenário de recessão da economia mundial, o setor pode crescer no período posterior à pandemia.
Acir destaca a importância de uma política externa bem definida e o relacionamento harmonioso com o resto do mundo, além dos investimentos na infraestrutura e na agricultura familiar, objetivando garantir a comida da mesa da população brasileira. “Mesmo na crise temos que assegurar alimentos para a nossa gente e termos condições de manter a nossa veia exportadora. Mas para isso o governo precisa fazer a sua parte. Eu tenho colocado sempre que a agricultura precisa da ajuda do governo porteira afora, pois porteira adentro ela vai muito bem”, mencionou o senador.
Acir disse que entre as medidas tomadas pela China estão o investimento chinês em logística e a adoção de novas rotas para o agronegócio internacional junto a vários países da Ásia, Europa e África, o que ele considera negativo para o Brasil. Outros dois pontos que podem ter resultados negativos para o agronegócio brasileiros foram ressaltados por Gurgacz: o novo acordo pelo qual a China deverá aumentar as importações de grãos dos Estados Unidos e a modernizar a agricultura familiar chinesa com aumento de subsídios.
Gurgacz afirmou que os produtores rurais e empresários brasileiros estão de mãos atadas sem saber a quem pedir socorro. Ele também criticou o sucateamento da logística e da infraestrutura, o que, na sua opinião, aumenta os custos de escoamento da produção e da exportação, além da falta de suporte do governo federal e de investimentos públicos para o setor. “As únicas notícias são sobre algumas linhas de crédito que ainda não estão funcionando. A MP do Agro ainda não decolou, pois favorece também apenas os banqueiros. O Pronamp Rural (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e o Pronampe das Pequenas Empresas (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) também não chegaram aos produtores e empresários, pois todas as medidas que facilitaram a tomada de créditos elas foram vetadas pela Presidência da República”, lamentou. O senador também pediu que o governo “não espere a pandemia passar” e seja ágil para implementar as medidas aprovadas recentemente pelo Senado em apoio ao produtor rural.
Fonte: Agência Senado
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