Vacina não chega a tempo para Adão Gomes

No dia da morte de Adão Gomes, iniciava-se a vacinação para pessoas com a idade dele – 45 anos.

Morre aos 45 anos vítima da Covid-19 o jornalista Adão Gomes. No dia de sua morte, a manhã deste sábado 26 de junho de 2021, Porto Velho, a capital de Rondônia, iniciava a vacinação das pessoas a partir dos 45 anos de idade contra a Covid. Adão passou 23 dias hospitalizado – os últimos 20 entubado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital particular de Porto Velho. Para Adão Gomes, a vacinação chegou tarde –  com pelos menos um mês de atraso.

A morte de Adão Gomes, assim como a de milhares de brasileiros nos leva à indagação: Se o Brasil tivesse comprado vacinas logo no começo que foram oferecidas por laboratórios, será que no dia da morte de Adão Gomes, no qual foram registradas 1.547 mortes por essa doença o Sistema Único de Saúde (SUS) já não estaria vacinado a população acima dos 30 anos de idade, ou quem sabe dos 18 anos?

Sem a pretensão de encontrar culpados, de fazer autópsia sobre análise do absurdo ou teorias da conspiração, a Folha de Rondônia News coloca de lado o manual de redação para inserir no conteúdo da informação suposições que podem gerar ataques a este conteúdo num momento em que o País está dividido diante de uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que tenta descobrir os motivos que levaram o Brasil a abrir mão da compra imediata de imunizantes a exemplo do que fizeram os Estados Unidos da América e a Europa quando a eles oferecidos pela primeira vez.

Falar sobre a trajetória profissional de Adão Gomes, descrever sobre seu caráter, comportamento digno de um gentlemen sempre elogiado pelos que os cercavam, sua dedicação e amor ao jornalismo, além da dor da família e amigos quanto à perda tão sentida, acrescentam o conteúdo elementar da reportagem, a lida diária de informar. Esse conteúdo já foi noticiados em todos os sites regionais.

A Folha de Rondônia News busca muito mais do que as respostas para “Quem, o quê, onde, como, quando e por que”. Sabemos como aconteceu, sabemos quem, sabemos onde, sabemos quando e sabemos por que, mas, existe uma resposta nas entrelinhas da dúvida: o como do como do por que isso pode acontecer. A Folha de Rondônia News entende que tudo em nossa vida é resultado de escolhas que fazemos. Elas definem nosso futuro – trata-se da escolha pessoal, àquela que parte de cada um. Quando as escolhas de quem de direito mexe com a vida de milhões de seres humanos e essas escolhas são equivocadas ou propositadas a levar ao erro, muda-se o curso da história de um país. Pior, ainda, quando se resulta em mortes!  Até mesmos quando nos negamos a evitar aglomerações e ao não uso de máscara, tem impacto devastador em uma pandemia dessa magnitude. Lamentavelmente a mesma indiferença que nos assegura a condição de continuar a vida diante da perda de alguém distante, é a mesma que nos torna indiferentes para ficar atento às medidas de autoproteção sem se preocupar com o próximo. Só quando a morte bate a porta da nossa família é que levamos um choque de realidade. A mesma realidade que á mexeu com mais de quinhentas mil famílias e mais um 10 milhões de amigos dessas vítimas, assim como as de Adão, as de Gomes, as de Silva, as de Batistas, Ferreiras, João, Pedro, Maria, Olímpio, Anibal, Graça, Fátima, Sara, Bennesby…  ….   ….