Para o senador, propositor do Projeto, a dedicação do mês de junho para o debate e conscientização da necessidade da preservação ambiental preenche uma lacuna no calendário ambiental do País e diz ao mundo que há preocupação com o tema.
O vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, Confúcio Moura (MDB-RO), nesta quinta-feira (02), em pronunciamento durante a sessão deliberativa extraordinária, destacou que o Projeto de Lei nº 1.070/2021, de sua autoria, denominado de junho Verde é de grande importância para o momento que vivemos e pediu agilidade em sua tramitação para que seja aprovado o quanto antes.
De acordo com o parlamentar, a finalidade do PL 1.070/2021 é a divulgar a importância e produzir atos para se manter vivos e protegidos os ecossistemas brasileiros, como também o controle da poluição nas cidades e a preservação de todos os recursos naturais do Brasil. “O Brasil é muito grande, é continental. Temos vários ambientes protegidos: parques, unidades de conservação, florestas nacionais, reservas extrativistas e, também, a Caatinga, o Pantanal, o Cerrado… são biomas diferentes e complementares. Isso tudo é muito importante e nos faz o país mais rico em biodiversidade”, destacou Confúcio Moura.
O senador rondoniense disse que para descrever a importância de um ecossistema basta ler os livros dos grandes escritores nordestinos, que falam muito da retirada dos seus povos, escorraçados pela seca, que mostram a Caatinga, a dificuldade de sobrevivência e a diária luta do sertanejo. Ele citou também o Pantanal que agora está muito bem retratado na novela da Globo. “A beleza que tem ali, a necessidade da gente preservar. E, também, os Cerrados, não é? Basta pegar o livro de João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, e veremos o linguajar do Cerrado, o linguajar do brejo, dos ermos gerais, do Centro-Oeste brasileiro e da região leste de Minas Gerais”, falou.
Confúcio Moura destacou ainda a Floresta Amazônica com a sua complexidade e riqueza e que, segundo ele, não dá para se calcular o valor material de uma floresta em pé. “Parece que nós temos uma urgência hoje tão grande de destruir tudo. Eu não sei o que está movendo o homem com esse sentimento que o move a dizer: ‘Eu vou ter que avançar rápido para destruir tudo que as gerações passadas deixaram para nós agora’. E parece que nós não temos compromisso com as gerações do futuro”, lamentou o senador.
Confúcio Moura disse que há necessidade, neste mês de junho, de grande divulgação da preservação ambiental. “Há necessidade do engajamento jovem, da juventude, através das suas ONGs, das suas organizações, das suas faculdades, das escolas de ensino médio, de promover o grito da juventude revolucionária, no sentido da proteção do nosso meio ambiente. A gente fala e ouve falar em mudanças climáticas e parece que é alguma coisa que nunca vai acontecer, parece que é uma utopia maledicente que algum cientista louco quer apregoar e convencer o mundo. Mas as mudanças climáticas estão acontecendo. Vocês estão vendo os desastres sucessivos acontecendo aqui e acolá. Hoje é com os outros, logo será com a gente, na nossa rua”, alertou.
O senador sugeriu que nessa campanha eleitoral, os candidatos de boa-fé, que amam o país, devem colocar em suas pautas, em suas propostas de campanha e compromissos para o futuro, a preservação do meio ambiente, limites para a destruição ambiental. Isso em nível federal e estadual. O parlamentar disse que isso não quer dizer que sejamos contrários ao desenvolvimento econômico, ao agronegócio, da pecuária, das plantações, da produção de alimentos, nem de longe, e que há espaço para as duas coisas. “A natureza tal como a conhecemos agora é finita, acaba. Logo, a comida que nos alimenta está com os dias contados. Ou buscamos o equilíbrio, ou viramos terra arrasada e todos, ricos e pobres, perdem”, concluiu Confúcio Moura.
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