Rio, Pará, Roraima e Mato Grosso podem. Rondônia não poderia? Os mistérios que ninguém quer contar.
* Roberto Gutierre – A candidatura de Cláudia Moura (MDB) ao Senado Federal por Rondônia incomodou mais a coligação Republicanos–União Brasil–MDB do que a outros adversários eleitorais.
A presença de Cláudia na disputa da única vaga no Senado abalou a coligação pela reeleição de Marcos Rocha, de comportamento administrativo Bradypus variegatus. Desde o início desta semana próceres do governador tentaram audaciosamente pressionar a direção nacional do MDB para que ela desistisse de concorrer.
A deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos-RO), a própria “prejudicada” com a candidatura de Cláudia, alardeou que retiraria o apoio à reeleição de Rocha se o MDB não retirasse o nome dela da disputa.
Bem parece a criança dona da bola que retira o brinquedo de campo e encerra o jogo no qual está perdendo.
Apoiada pelo chefe da Casa Civil Júnior Gonçalves, a deputada partiu para o ataque, mas encontrou a direção nacional emedebista atenta à situação rondoniense e não disposta a meter o dedo num caldeirão fervente, até porque, seu vice-presidente é nada menos o senador Confúcio Moura (MDB-RO), irmão de Cláudia.
Na briga entre o ainda incipiente político e aspirante de adversário de Harry Potter Júnior Gonçalves, ladeado pelo governador Rocha e por descascadas velhas “raposas” que apoiam Mariana, certamente quem mais perderia é o eleitor.
O eleitor rondoniense é atualmente a maior vítima desse tipo de perseguição e de compromissos eleitoreiros cujos interesses indisfarçáveis procuram barrar pessoas de bem.
De sua vez, Cláudia viaja há vários dias pela Capital e Interior de Rondônia, obtendo apoio à sua tese segundo a qual “dois senadores aliados fazem muito mais”. E deixou explícito seu objetivo maior de ampliar o apoio do senador Confúcio Moura à Educação, Saúde e Inovação Tecnológica para todas as cidades do estado.
Cláudia demonstra que a sua eleição se configuraria mais um mandato profícuo para Rondônia. Como nunca houve antes em nossa história.
Entre diversos correligionários do MDB estadual está evidente o desespero de causa da coligação bolsonarista, trombando por todo lado e visando tirar na força e no tapetão a candidatura legítima e democrática de uma mulher de propósitos claros.
Estão jogando flechas sobre uma mulher com reconhecidos serviços prestados ao município de Ariquemes e ao Estado de Rondônia durante diferentes períodos em que exerceu, com êxito, cargos públicos na área social.
Por quê? – a verdade não disseram, nem irão dizer, pois não convence.
A alegação simplista e por vezes machista de que a coligação em apoio a Rocha não comportaria duas mulheres fere frontalmente a ética partidária, e ainda, a jurisprudência eleitoral. Atende à mesquinhez do grupo palaciano. Não cola.
No Rio de Janeiro, o TSE decidiu esta semana, por unanimidade, que partidos de uma mesma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado
Caso da chapa PT-PSB, que lançou naquele estado como pré-candidatos a senador o deputado Alessandro Molon (PSB) e o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). Outros estados também têm situação parecida: Pará, Roraima e Mato Grosso.
Em Goiás, o TSE permitiu que coligações pudessem ter mais de uma candidatura ao Senado. A possibilidade das chamadas “candidaturas isoladas” empurrou a decisão dos partidos que compõem a coligação em relação à candidatura ao Senado até o último momento, e resultou em perdas importantes.
Lá, Lissauer Vieira (PSD), cotado para a vaga, desistiu da disputa logo após a confirmação de que a chapa à reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB) teria mais de uma candidatura ao Senado.
Em Goiás, o PSD ensaiou abandonar a coligação. Um dia antes da convenção, o partido lançou o presidente da legenda, Vilmar Rocha, ao Senado. Lissauer desistiu de disputar a eleição.
E assim ficou: a chapa governista tem três candidatos ao Senado: o deputado federal delegado Valdir (UB), autor do pedido de análise ao TSE da “candidatura isolada” ao Senado; o presidente do PP goiano, o ex-ministro Alexandre Baldy, que também trabalhou em vão para ser o candidato ao Senado da base governista; e Vilmar Rocha.
O próprio governador Ronaldo Caiado afirmou que três candidaturas ao Senado não deixa de ser interessante, e três candidatos com potenciais diferentes.
Por que, então, a coligação União Brasil-MDB teme a candidatura e iminente ascensão de Cláudia Moura para uma disputa onde concorre também uma deputada que se acha cheia de votos, mas se agarra com unhas e dentes ao tapetão?
Por que teme quem subirá no palanque de Cláudia?
* editor de política
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