“Com R$ 22 bilhões DNIT sai do sufoco; BR-364 não tinha dinheiro nem para tapar buracos, hoje dispõe de R$ 400 milhões”, comemora Confúcio.
Senador se firma no papel de interlocutor entre prefeitos e o governo Lula. Ele lembra que o ‘apagão’ que prejudicou alunos mais pobres durante a pandemia vem sendo debelado pela mudança na prioridade de distribuição de recursos federais. O Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes destinou a Rondônia R$ 400 milhões, por intercessão do senador Confúcio Moura (MDB-RO), que foi um dos relatores do Orçamento Geral da União para 2023.
Ele atribui essa vitória ao relator-geral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), cujo entendimento e esforço contribuíram para garantir recursos via PEC da Transição.
“A situação era tão drástica”, lembrou Confúcio, “que o DNIT só possuía R$ 6 bilhões para atender a todo o País, não dava para fazer uma obra nova, entretanto, foi contemplado com R$ 22 bilhões no Orçamento.”
Em apenas dois meses, o gabinete do senador praticamente bateu o recorde de visitantes do mandato anterior: mais de duzentas pessoas, entre prefeitos, vereadores, e dirigentes classistas ali estiveram com listas de reivindicações.
O senador expôs na semana passada a atualidade do seu mandato em entrevista ao jornalista Ricardo Schwantes, do Canal 35, em Ariquemes. Nela, disse ainda que sua coerência política – notadamente na escolha e aprovação de vices e aliados – abriu espaço para a esquerda e centro-direita.
As próximas metas rodoviárias, anunciou o senador, serão as concessões de trechos rodoviários em audiências públicas, pedágios, e na sequência, obras de duplicação dos trechos mais críticos.
INTERLOCUTOR
O jornalista Schwantes perguntou ao senador de que maneira avaliava o seu atual papel de interlocutor entre prefeitos e o novo governo, algo notado pelas sucessivas visitas ao gabinete após a mudança de governo.
Confúcio lembrou ter acompanhado o partido na escolha da então candidata Simone Tebet (atual ministra do Planejamento) a presidente, e o 2º turno o MDB decidiu apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“De jeito nenhum, não foi um confronto com o eleitorado rondoniense”, assegurou. “Minha decisão se fundamenta no período em que fui prefeito de Ariquemes e o meu vice era Amauri Guedes, do PT. Você vê que nos unimos com a esquerda e a centro-direita, e o Márcio Raposo foi bom vice e mais tarde um extraordinário prefeito.”
“Quando governador, o primeiro vice-governador foi Airton Gurgacz, do PDT, e no segundo mandato o vice foi Daniel Pereira, que foi do PT e do PSB, então ninguém pode estranhar a coerência ao longo de minha vida; homem de centro que sou, sempre tive e convivi bem com pessoas de centro, esquerda e de direita”, lembrou.
Confúcio foi o único da bancada emedebista nacional a apoiar a candidatura de Lula no 2º turno. “Logicamente, eu não mudei o perfil do voto do povo de Rondônia para presidente, que majoritariamente optou pelo candidato Bolsonaro, e ele obteve 79% dos votos em Ariquemes, uma votação fantástica; o meu voto não interferiu em quase nada na decisão da maioria, mas quis o destino que Lula fosse eleito e eu me situei agora como elemento de aproximação dos interesses do Estado de Rondônia com o novo governo.”
CONSELHO AOS RECÉM-CHEGADOS
Nesse aspecto, o senador acredita que uma parte dos deputados estaduais eleitos também apoiarão a base governista. “Não cabe a Rondônia ter uma bancada de oposição a um presidente: o que é que o estado vai ganhar se todos votarem contra o presidente e falarem mal dele? Só tomaríamos prejuízo”, alertou.
Confúcio espera que pelo menos uma bancada rondoniense eleita em outubro do ano passado venha apoiar projetos governamentais. “Não precisa ser aquele apoio irrestrito, nem uma oposição fechada; eles podem ser independentes, votando aquilo que considerarem conveniente e o que não lhes tocar o coração, votando contra; eu fiz isso no governo Bolsonaro, fui um senador independente e defendi a não interferência em princípios federativos e em decisões de governadores, sem prejudicar os estados”, explicou.
“A BR-364, a única que temos cortando o estado é exemplo de uma situação que não queremos: se a gente for bater no governo termina não tendo dinheiro nem para tapar buracos”, alertou.
Confúcio foi membro da Comissão de Orçamento Geral da União para 2023 quando, para toda Rondônia o DNIT oferecia apenas R$ 108 milhões, “insuficientes para tapar esses buracos.”
No final do ano, as malhas rodoviárias dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do sudeste brasileiro eram grandes. “Hoje dispomos desses R$ 22 bilhões para tocar as rodovias brasileiras e R$ 400 milhões para Rondônia, isso nunca teve”, assinalou.
PERFIL DE INVESTIMENTOS MUDOU
Há projetos grandiosos e nem todos fazem parte da lista de pedidos da população, lembra o senador.
Alguns projetos, ele analisou, têm a tendência de mudar o perfil do pensamento rondoniense. Exemplificou: “Na Educação, na tecnologia e em investimentos em diversas outras áreas.”
A concentração de recursos alcançou a área tecnológica após o período da pandemia da covid-19, informou Confúcio. “A modernização das cidades exigiu isso, e em Ariquemes nós iniciamos e já está em andamento o projeto Cidades Inteligentes; Cerejeiras e Rolim de Moura seguiram o rastro.”
A modernização tecnológica nas escolas beneficia atualmente escolas de 23 municípios com equipamentos de informática, corrigindo assim o ‘apagão’ existente durante a pandemia para alunos mais pobres.
Conforme explicou, esses municípios recebem tecnologia, creches, e alguns foram mencionados por Confúcio diretamente ao ministro da Educação, Camilo Santana, no sentido de se concluir diversas obras de quadras esportivas cobertas, todas elas constantes na lista do Tribunal de Contas da União, de obras inacabadas.
Energicamente, o senador apelou ao ministro para que proíba a autorização de novas obras sem que as anteriores, paralisadas, sejam concluídas.
Faça um comentário