
Cabo Daciolo, na condição de candidato ao Senado por Rondônia, vai ajudar candidatos de centro e da esquerda, segundo analisa Roberto Gutierrez.
Alvo
Ao ter se tornado crítico sistemático do bolsonarismo, essa mudança de discurso de quem já foi aliado de Jair Bolsonaro, seria usada pela direita extremada contra Cabo Daciolo em Rondônia em uma possível candidatura ao Senado.
Antídoto
Em uma parcela do eleitorado evangélico conservador de Rondônia, Daciolo terá alguma influência como uma espécie de antídoto contra o envenenamento coletivo que impediu as pessoas de terem a possibilidade de uma análise isenta do que foi o bolsonarismo e de suas consequências para o Brasil real.
Divide mais
Embora o bolsonarismo tenha alcançado, em Rondônia, 70,66% dos votos válidos para presidente da República, em uma eleição para o Senado — especialmente com duas vagas em disputa — esse percentual tende a cair para algo entre 55% e 60%.
Imagine essa fatia sendo disputada por cinco candidatos, incluindo Daciolo no páreo. O campo progressista, o considerado “não radical”, manteria um universo de ao menos 40% do eleitorado que não votaria, de forma alguma, naqueles que veem em Bolsonaro um líder supremo.
Segundo voto
Sem receio de errar, pode-se dizer que o candidato ou candidata ao Senado que tiver perfil de “segundo voto” tende a ser o mais votado. Silvia Cristina reúne essas qualidades, assim como já tiveram Marcos Rogério, Valdir Raupp, Fátima Cleide e Olavo Pires — todos personagens que chegaram ao Senado somando o voto de segunda opção à preferência da maioria dos concorrentes.
Surpresa à vista
Pode soar como devaneio analítico, mas se o quadro que se desenha incluir Daciolo na disputa, nomes como Confúcio Moura ou Acir Gurgacz poderiam ver suas chances de vitória aumentarem. Ambos até poderia dizer: “Glória a DEUXXXXX”
O Homem do Chapéu
Rondônia já teve experiências controversas com forasteiros na política. Em 1982, no contexto da abertura política iniciada em 1978, tivemos José Múcio Ataíde Fróis, mais conhecido como Múcio Athayde — o “Homem do Chapéu”. Ele veio exclusivamente para disputar a eleição, gastou muito dinheiro e se tornou o deputado federal mais votado de Rondônia.
Durante o mandato, esteve duas vezes ou mais de volta e, diz a lenda, que o Homem do Chapéu teria afirmado que não devia nada a Rondônia, pois os votos que obteve ele comprou e pagou. Eram outros tempos.
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