Prisão de Stefanutto e delação do “Careca do INSS” abrem nova crise no sistema previdenciário e reacendem pressão política sobre antigos gestores.
* Roberto Gutierrez – A operação deflagrada hoje (13/11), que levou à prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, marca um dos capítulos mais delicados da história recente da Previdência. Foi sob o comando dele que o escândalo começou a ganhar corpo, e agora as investigações atingem o núcleo duro da gestão do órgão.
Abriu o bico
A delação premiada do “Careca do INSS” parece ter sido o ponto de virada. Foi a partir dela que a Polícia Federal desencadeou a ação que culminou nas prisões desta manhã.
Entre os alvos políticos, volta ao centro das atenções o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, que comandava a pasta durante parte do período sob suspeita.
Ironia
Nos corredores de Brasília, o comentário é um só: muita gente vai pedir aposentadoria antes de abrir o bico. O problema é que, dessa vez, o benefício vem com tornozeleira.
Delações à vista
Nos bastidores, há uma expectativa de que novas delações venham em sequência, à medida que os investigados sintam o peso da pressão. “Muita gente não vai aguentar o calor e deve falar”, avalia um interlocutor próximo às investigações. Ou seja, não vão resistir a pressão de estar no cantinho a besteira que fez.
Segurança
Enquanto isso, o Congresso aprovou o fim do desconto automático em folha de contribuições para associações de aposentados e pensionistas. A partir de agora, quem quiser se manter filiado terá de pagar por boleto, medida que deve afetar entidades historicamente ligadas à base política da Previdência.
CPMI volta para a vitrine
Com as novas prisões e o ambiente de instabilidade, a CPMI do INSS, que vinha patinando, deve ganhar novo fôlego, e talvez se torne o principal palco político das próximas semanas.
*Roberto Gutierrez é jornalista. Na comunicação desde outubro de 1976, passou por todas as mídias e há quase três décadas é editorialista e analista político.
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