Moradora de Ji-Paraná (RO), Nathália Araújo Zucatelli, vítima de um latrocínio na noite de ontem (22), no Setor Marista, em Goiânia, estava há pouco tempo na capital, onde fazia cursinho pré-vestibular no Colégio Protágoras. Recentemente, em 23 de janeiro, a moça compartilhou um link em seu perfil no facebook intitulado “O alto preço de viver longe de casa”, com referência a dificuldade de escolhas, de estar distante de familiares, amigos e sua cidade natal.
“A vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia. É o peito eternamente divido. É chorar porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui. É ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência. É se orgulhar da escolha que te ofereceu mil tesouros e se odiar pela mesma escolha que te subtraiu outras mil pedras preciosas” diz uma das citações do texto do site Sábias Palavras.
Em outro paragrafo, o texto menciona essa tal dificuldade de estar longe de casa e dos amigos. “Mas será que a gente aprende? A ficar doente sem colo, a sentir o cheiro da comida com os olhos, a transformar apartamentos vazios na nossa casa, transformar colegas em amigos, dores em resistência, saudades cortantes em faltas corriqueiras?”.
Mais adiante, a saudade dos pais e familiares. “Será que a gente aprende? A ser filho de longe, a amar via Skype, a ver crianças crescerem por vídeos, a fingir que a mesa do bar pode ser substituída pelo grupo do whatsapp, a ser amigo através de caracteres e não de abraços, a rir alto com HAHAHAHA, a engolir o choro e tocar em frente?”.
A dúvida sobre a decisão de mudar de cidade aparece logo aqui. “Será que a vida será sempre esta sina, em qualquer dos lados em que a gente esteja? Será que estaremos aqui nos perguntando se deveríamos estar lá e vice versa? Será teste, será opção, será coragem ou será carma?…Será que um dia saberemos, afinal, se estamos no lugar certo? Será que há, enfim, algum lugar certo para viver essa vida que é um turbilhão de incertezas que a gente insiste em fingir que acredita controlar?”.
Por fim, a conclusão do texto com o qual Nathália se identificou. “Eu sei que não é fácil. E que admiro quem encarou e encara tudo isso, todo dia. Para quem tenta, para quem peita, para quem vai. O preço é alto. A gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque. Alguns não vão. Mas nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Mas estamos para sempre livres do medo de nunca termos tentado. Keep walking”.
https://folhaderondonianews.com/news/minha-filha-esta-presa-para-sempre-diz-pai-de-jovem-ji-paranaense-assassinada-em-goiania/
Faça um comentário