Vereadores analisam sistema educacional brasileiro na comissão Escola Sem Partido

Fernando Holiday e Alexandre Aleluia foram os convidados dessa audiência. foto: Ludmila Lucas.
Fernando Holiday e Alexandre Aleluia foram os convidados dessa audiência. foto: Ludmila Lucas.

Ludmila Lucas – Dando continuidade ao ciclo de debates para discutir o projeto de lei Escola Sem Partido, a comissão especial promoveu, nesta terça-feira (09/05), mais uma audiência pública para discutir o tema. Os convidados foram os vereadores Democratas Alexandre Aleluia (BA) e Fernando Holiday (SP).

Para ambos, há sérios problemas no sistema educacional brasileiro, desde o partidarismo e o desrespeito dos docentes, até a aplicação de temas não aprovados pelo Plano Nacional da Educação, como a ideologia de gênero.

Na avaliação do vereador Alexandre Aleluia, as escolas brasileiras são praticamente ‘puxadinhos’ de partidos. Apesar de não ser uma exclusividade do Brasil, é preocupante que sejam incutidas ideias revolucionárias em jovens e crianças, mesmo quando estes ainda não possuem maturidade para compreender o tema.

“O que tenho enxergado no nosso ensino é uma tragédia em termos de degradação moral dos alunos. Não só nas escolas, mas também nas universidades. O que acontece é que existe um processo de afastar a criança da escola, da família e do ensino. E tem acontecido paulatinamente nas salas de aula; professores atacando as orientações, os ensinamentos morais, as noções religiosas de uma criança. Isso é uma tragédia muito maior do que notas baixas em português e matemática”, salientou.

Já o vereador Fernando Holiday, relatou que, ele próprio, vivenciou nas salas de aula um sistema opressor, em que uma única linha de pensamento é considerada acertada.

“Eu aprendi desde muito cedo que o professor é a maior autoridade dentro de uma sala. Ninguém, nem mesmo o diretor, teria a autoridade de adentrar numa sala e dizer a um professor o que ele deve ou não fazer. Mas, durante muito tempo, eu não soube lidar com aquela imposição de ideias, com aquela ditadura em sala de aula. Eles diziam que aqueles que acreditavam em Deus, e isso eu ouvi de vários professores, na verdade acreditavam em uma ficção. Eram pessoas tolas, não entendiam nada da vida. Certamente não eram inteligentes. Eram todos burros. Porque não era possível uma pessoa acreditar em Deus e ser capaz de raciocinar por conta própria. E assim, ano após ano, eu fui vendo colegas, amigos, vizinhos, pessoas que eu convivia todos os dias, aos poucos abandonando as igrejas. E graças há muitos desses professores, que incentivavam e coagiam os alunos que frequentavam igrejas, muitos seguiram pela criminalidade. E tudo isso as custas de uma ditadura indevida que nunca tinha sido questionada pelo Estado”, lamentou.

O deputado democrata José Carlos Aleluia, por sua vez, fez um paralelo entre a doutrinação que está sendo conduzida por partidos de esquerda nas escolas do Brasil e a doutrinação conduzida por Hitler na Alemanha, na ascensão do Nazismo. “Na Alemanha dá pra sentir, conversando com governo, políticos e autoridades, o grande aprendizado que eles tiveram com a ascensão de Hitler é a doutrinação que transformou o povo. E a transformação ocorreu a partir das escolas, dos professores, das instituições. Quando se analisa hoje a ascensão de Hitler, pode-se ver o quanto de prejuízo que a doutrinação, seja de direita ou esquerda, pode trazer para um povo”, disse.

Diferente das demais reuniões, o encontro hoje não contou com representantes contrários à proposta. Segundo explicou o presidente da comissão especial, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), alguns dos convidados estão declinando do convite, ou alegando compromissos inadiáveis.

“Sempre quando realizamos uma audiência pública, temos o cuidado de convidar também aqueles que são contrários. Convidado dois favoráveis e dois contrários. Infelizmente, daqueles que tiveram seus nomes aprovados para comparecerem à reunião, muitos têm declinado do convite. E outros têm alegado compromissos que os impedem de estar nessa Casa”, explicou.

A comissão também tem realizado audiências públicas nos estados para promover o debate com especialistas, professores, pais, alunos e representantes da sociedade civil.

“Na última sexta-feira tivemos uma audiência pública na cidade de Campinas (SP). Foi uma audiência muito proveitosa. Não só com a participação de parlamentares e convidados, mas também uma participação muito expressiva da sociedade civil. Eu confesso que fiquei extremamente honrado com a participação das pessoas, e, sobretudo, com o nível que tiveram com posições favoráveis e contrárias ao projeto. Isso que engrandece o trabalho da comissão”, concluiu Marcos Rogério.

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