Roberto Gutierrez – Duas viúvas, três assassinados e a ocultação de cadáveres. Assim se desenrola o mistério sobre uma série de mortes e a descoberta de uma cova cheia de ossadas humanas em Presidente Médici, cidade da Região Central de Rondônia. A escavação, com uso de máquinas, aconteceu neste sábado 27/04 e a Polícia Civil de Rondônia consegue solucionar um caso que se arrasta há pelo menos dez anos por meio da Operação Viúva Negra. A literatura das ocorrências policiais, conforme apurou a Folha de Rondônia News, revela, inclusive, um júri popular, no qual uma das viúvas foi inocentada por falta de provas.
O Caso
O ano é 2008. Elza era casada com Marcos e moravam em uma propriedade rural de Presidente Médici. Naquele ano, o marido dela foi assassinado com um tiro na cabeça quando ordenhava uma vaca. Leonardo, que era um adolescente, testemunhou o crime.
João Ramos, marido de Geralda, irmã de Elza, são os assassinos. Os dois foram contratados pela irmã para cometer o crime.
Julgamento
A polícia entrou no caso e Elza foi levada à júri popular. A viúva ‘inconsolável’ se derretia em lágrimas para convencer os jurados de que não tinha nada a ver com a morte do marido. Ela foi absolvida da culpa por falta de provas.
Testemunha
O personagem-chave que colocaria tudo a perder, desapareceu. Leonardo sabia demais e foi assassinado com pauladas na cabeça enquanto dormia. O corpo dele não foi encontrado e o rapaz foi dado como desaparecido, ou que, supostamente, teria fugido. Um boato na época assinalava que a Elza fazia sexo com o adolescente de 17 anos que, na época, era empregado de Marcos que morreu com um tiro na cabeça. João e Geralda receberam R$ 1.000,00 para matar o adolescente.
Cega Paixão
O que seria um crime perfeito se esbarrou num amor não-correspondido. O apaixonado João Ramos foi colocado para escanteio. Geralda não o quis mais ficar com marido e botou João para fora de casa. Desde então João, ‘coitado’, sentia-se um trapo velho que não tinha mais serventia. Na cabeça dele, uma das provas de amor e cumplicidade com Geralda até que a morte os separasse, era justamente o assassinato de Marcos, a mando da cunhada.
A gota d’água para despertar a ira e ciúmes de João Ramos, foi quando sua eterna amada Geralda arrumou um outro homem para preencher suas noites de cama vazia. Essa nova paixão de Geralda era Gideon.
Suicídio testemunhal
João Ramos perde a noção do perigo e passou a dar investidas contra Geralda exigiendo que ela reatasse o relacionamento com ele, caso contrário, iria à polícia e contaria os crimes cometidos por eles a mando da ex-cunhada.
A insistência doentio de um ‘amor’ não correspondido fez com que Geralda, Elza e Gideon tramassem a morte de João Ramos. Foram três tentativas. Na última, João de Ramos acabou fazendo companhia na mesma cova em que estava enterrado Marcos, o produtor rural e ex-cunhado dele assassinado com um tiro na cabeça.
Antes de ser assassinado, João Ramos já havia dado com a ‘língua nos dentes’ dizendo por aí revelações sobre as mortes de Marcos e Leonardo. Mas, foi uma gravação em vídeo, feita por João Ramos, que desmantelou a ocultação dos crimes.
Gideon, Elza e Geralda estão presos, os corpos e objetos pessoais das vítimas serão submetidos à identificação. O caso está sendo conduzido pelo delegado titular da Homicídios em Ji-Paraná, Cristiano Martins Mattos. Ele quem coordenou as escavações de ontem em Presidente Médici no qual foram encontradas a ossadas.
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