Religiosos se manifestaram contra a “convulsão social e institucional” e disseram que é Deus quem escolhe e retira as autoridades públicas.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta sexta-feira, 5, um grupo de líderes evangélicos que oraram no Palácio do Planalto contra “baderna” e “quebra-quebra” e por harmonia entre os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), no momento em que o País vive uma sequência de protestos pró e contra o governo.
Sem citar os pedidos de impeachment para afastar Bolsonaro da Presidência, os religiosos se manifestaram contra a “convulsão social e institucional” e disseram que é Deus quem escolhe e retira as autoridades públicas.
Malafaia fez referência aos apoiadores de Bolsonaro que nas últimas semanas, com presença do presidente, promoveram atos de protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, majoritariamente usando símbolos pátrios e vestidos nas cores da bandeira nacional. Contra o viés autoritário, na semana passada surgiram levantes nas ruas em defesa da Democracia e de oposição a Bolsonaro. Em parte deles, houve confrontos com policiais e grupos radicais bolsonaristas.
O encontro é mais um apelo de Bolsonaro ao segmento religioso, enquanto enfrenta pedidos de impeachment no Congresso, queda de popularidade, 34 mil mortos pela pandemia da covid-19, aumento do desemprego e crise econômica, e baixas no governo, como dois ministros da Saúde (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) e o ministro da Justiça e Segurança Pública (Sergio Moro). Além disso, correm no Supremo Tribunal Federal investigações contra Bolsonaro e aliados.
Os pastores evangélicos rezaram perfilados ao lado de Bolsonaro e se manifestaram contra o que chamaram de convulsão social. “Toda autoridade constituída é permissão de Deus. Ele põe e Ele tira, é Ele quem faz isso. Não é jogo corrupto, bandido de homens que por interesses escusos de ganância e de poder que vai trazer caos para essa nação. Que Deus livre o Brasil dessa praga e dessa pandemia, que esse espírito de morte seja repreendido da nossa nação”, afirmou Malafaia.
O pastor disse ainda que Deus vai revelar “todos os planos escondidos” dos “inimigos da nação” e que eles vão ser “envergonhados e cair por terra”. Ele ressaltou que não se referia ao presidente, mas à nação e profetizou que virão “tempos de paz e prosperidade”. “Temos uma arma que o Exército não tem, que a Polícia Militar não tem, nós temos o poder da oração. Vão cair por terra toda essa potestade do inferno, esse principado, pensando que vai destruir o País. Convulsão institucional, convulsão social… Nós declaramos em nome de Jesus a paz sobre a nossa nação e que vão vir dias de bênção”.
O missionário RR Soares seguiu a mesma linha. Disse que “o Senhor colocou o presidente Bolsonaro para ser pastor aqui durante quatro anos” e que rezou para que “os que são contra o País respeitem a decisão do povo”. “Oramos para que todo o Brasil entre num acordo. Amarramos todas as forças espirituais contrárias a Tua vontade”, disse.
Cada um deles orou e pediu a intercessão divina em benefício do País e de um dos três poderes. Abner Ferreira, por exemplo, chegou terminar a oração com o slogan de campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O bispo Eduardo Bravo, representante do bispo Edir Macedo, pediu Justiça em tempos de “guerra de poderes, corrupção, pandemia, crise econômica, coronavírus e pessoas aflitas”.
Em poucas palavras, Bolsonaro disse que sua eleição foi um “milagre” assim como ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato, na campanha eleitoral de 2018. Ele afirmou que “obstáculos serão vencidos” e que “a fé conduzirá o Brasil a um porto seguro”.
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