“De fato, até o momento, nas interações com a ADF, não identificamos nenhum posicionamento radical ou desrespeitoso para com qualquer segmento social.”
Jamil Chade
Colunista do UOL
O governo brasileiro tem mantido contato com uma das entidades americanas consideradas como ponta de lança de um projeto antiaborto e ultraconservador, a Alliance Defending Freedom (ADF International). O grupo ampliou sua influência durante a gestão de Donald Trump e passou a ser classificado por monitores de extremismo como um “grupo de ódio”.
Procurada pela reportagem, a ADF não respondeu aos pedidos de esclarecimento. Já o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, ponto de contato entre a entidade e a gestão Bolsonaro, confirmou que “interage” com a organização americana.
“Os princípios compartilhados com a ADF, em geral, referem-se à defesa dos valores humanos”, respondeu o ministério sobre a entidade nos Estados Unidos (EUA).
A pasta ainda sustentou a explicação da própria ADF ao ser questionada se não havia um desconforto em manter encontros e eventos com uma entidade classificada como “grupo de ódio”.
“De fato, até o momento, nas interações com a ADF, não identificamos nenhum posicionamento radical ou desrespeitoso para com qualquer segmento social. Por outro lado, o que visamos efetivamente, não é o ódio, mas o fortalecimento de vínculos familiares, cidadãos, sociais e internacionais com um profundo respeito ao pluralismo”, completou o governo Brasileiro.
Nos últimos meses, a coluna vem revelando como o governo brasileiro modificou de forma substancial seu posicionamento internacional em temas relacionados com os direitos das mulheres.
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