Confúcio defende qualificação específica para atuação em sala de aula dos professores brasileiros

Confúcio defende qualificação específica para atuação em sala de aula dos professores brasileiros

O senador rondoniense ressalta que a formação e a preparação de “professores alfabetizadores” são indispensáveis nos dias atuais.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO), que tem na educação a sua principal bandeira no Congresso Nacional, abordou nesta segunda-feira (13), durante sessão não deliberativa, em discurso no Plenário a formação dos professores no Brasil. O parlamentar afirmou antevê um verdadeiro apagão de professores no País, e que há imensa dificuldade hoje em dia para o preenchimento dos quadros de professores nos concursos públicos.

Titular da Comissão de Educação (CE) do Senado, Confúcio Moura enfatizou que a profissão de professor no Brasil deixou de ser atraente. Segundo ele, os cursos de professores hoje são destinados às pessoas mais pobres, que fazem cursos por EAD, pela educação à distância, cursos que são só teóricos. “Na hora da prática, o professor não consegue equilibrar uma sala de aula complexa, porque, em uma sala de aula, tanto no centro – e ele pensa que o centro é pacífico – como nos bairros periféricos de qualquer cidade brasileira, realmente é muito difícil manter a disciplina, manter a ordem, combater a violência escolar”, explicou.

W.Barreto/Agência Senado

Federalização do professor

O parlamentar rondoniense lembrou que o então senador Cristovam Buarque, quando exercia mandato na Casa, falava, quase de uma maneira profética, da necessidade crescente da federalização dos professores. “Podíamos começar com pouco: com 200 municípios, com 300 municípios, levando professores qualificados. Para isso, Cristovam Buarque já falava aqui que o salário de um professor não poderia ser menor do que R$15 mil. Mesmo que não fosse quinze mil, mas um valor que fosse atraente, para poder vir mais gente, que hoje entra em outras profissões e, às vezes, nem vai exercê-la”, ressaltou.

Confúcio Moura destacou uma matéria do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (13), que fala: se a gente conseguir segurar os meninos, os adolescentes na escola e ensiná-los adequadamente a ter uma qualidade educacional, isso corresponderá, no médio prazo, a dois pontos a mais no PIB brasileiro, aumenta a riqueza. “Mas como é que pode a gente trabalhar educação dos meninos e isso trazer crescimento econômico? Está escrito hoje nos jornais, mostrando pesquisas que evidenciam que há, sim, crescimento econômico com a melhoria da qualidade da educação – e qualidade de educação a gente não consegue fazer sem professores devidamente qualificados e habilitados para o enfrentamento de uma sala de aula complexa”, afirmou o senador.

Qualificação

Confúcio Moura defendeu também que o Ministério da Educação restabeleça as chamadas escolas normais dentro do ensino médio, ou seja, institua uma espécie de “residência” para os professores em formação, o que significaria conciliar a teoria com a prática na formação dos professores brasileiros. Segundo ele, as(os) “normalistas” eram excelentes professoras(os). “Elas(os) realmente sabiam a parte teórica e a parte prática do enfrentamento de uma sala de aula. Então, há a necessidade de um tempo prático do professor na sala de aula para poder ser habilitado em um concurso público e dar aulas adequadamente”, sugeriu.

O senador disse que nunca é tarde para começar e que está otimista com o ministro do MEC, Camilo Santana, e com a secretaria executiva do Ministério da Educação, a Izolda Cela. “Eles deram bons exemplos lá no estado do Ceará, onde o resultado é muito positivo. Para vocês entenderem, das cem melhores escolas brasileiras, 85 são do estado do Ceará. Isso é fantástico, é um resultado muito positivo. Em quanto tempo a gente começa a ver resultado positivo? Oito anos, doze anos de trabalho continuado já é um tempo excelente para a gente melhorar os indicadores, para melhorarmos nas avaliações internacionais”, indagou.

Confúcio Moura disse que é também preciso se preocupar com a alfabetização, com a formação dos chamados professores alfabetizadores. “Há poucos professores alfabetizadores no Brasil, e a alfabetização é a base de tudo. O aluno que é alfabetizado até o oitavo ano de idade é um aluno que não terá problemas no futuro na sua escolaridade. São indispensáveis a formação e a preparação de professores alfabetizadores”, concluiu o parlamentar. disciplina, manter a ordem, combater a violência escolar”, explicou.

 

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