A decisão do prefeito da Cidade de Cujubim, Pedro Marcelo Fernandes (PDT), o Pedro da Belo Horizonte, de exonerar a direção da escola municipal Pequeno Príncipe, com mais de 1.500 alunos, causou um alvoroço na cidade provocando a revolta de pais e alunos. Para tanto os pais e amigos da escola prometem realizar na próxima terça-feira uma grande passeata para pedir a volta da diretora e da vice. O movimento ‘Cujubim Merece Respeito’ está com um abaixo-assinado com quase mil assinaturas.
O problema, segundo apurou a Folha de Rondônia News, é que a diretora da escola é esposa de um vereador Kenas Gomes de Souza, e que o mesmo teria feito críticas à administração.
Surpreendido
O que o prefeito não contava, era com a admiração e respeito que os pais, alunos e empresários têm pela diretora exonerada Sara Louback e pela vice-diretora Fernanda Farias. Tanto, que mais de 100 pessoas foram para a porta da Prefeitura e até para a casa do prefeito, no momento que souberam da exoneração, mas, segundo informações, o prefeito teria saído da cidade, inclusive, a secretária de Educação.
Há praticamente dois anos à frente da escola Pequeno Príncipe, a Pepê, a direção conseguiu o que muitos achavam impossível: tornar a escola um modelo de qualidade.
Transformação
Segundo relato dos pais, nas redes sociais, era difícil um dia em que a polícia ou o Conselho Tutelar não eram chamados para resolver problemas de mal comportamento, brigas e rebeldia. Hoje a realidade é outra: nunca mais a Polícia precisou ir à escola, tampouco o Conselho Tutelar.
Avanços
A estrutura da escola Pequeno Príncipe estava comprometida desde o piso, goteiras, pinturas, problemas na rede elétrica, muito lixo e mato. Numa ação que envolveu credibilidade, a direção da escola conseguiu junto ao comércio doação de tudo o que seria necessário para a reforma.
Sara louback contou à reportagem que, assim que assumiu a escola, dentro de dois meses conseguiu junto ao comércio dinheiro suficiente para os trabalhos. Esses recursos foram aplicados na reforma da escola, a qual teve a participação dos pais. A prestação de contas de forma transparente indo diretamente a cada doador, despertou o interesse de ajudar ainda mais.
O que era considerado uma escola problema, até mesmo com infiltração focos de consumo de droga, ficou no passado. As reuniões de pais de professores reúne mais de 200 pessoas participativa e atentas ao aprendizado dos filhos.
Cidadania
Sara Louback revelou à Folha que foram desenvolvidos muitos projetos de cunho social e de cidadania com os alunos. Além de palestras e muito diálogo para restaurar conceitos perdidos, foram criados vários grupos de alunos que, não só plantaram árvores na escola, como em muitos pontos da cidade.
Para se ter uma ideia do grau de satisfação dos alunos e o grau de sensibilidade cidadã, no desfile de Sete de Setembro, escolas estaduais muito maiores, conseguem no máximo 50 alunos para desfilar, já a escola Pequeno Príncipe levou para a avenida 13 pelotões com mais de 40 alunos cada.
O sistema de escola da direção das escolas municipais de Cujubim é diferente da maioria das cidades de Rondônia as quais o diretor e vice são escolhidos por votação de alunos e pais. Em Cujubim esse critério fica a cargo do Prefeito, por intermédio da Secretaria de Educação.
Sara disse que o prefeito tem o direito de colocar quem ele quiser no cargo, mas a forma e os motivos que levaram a essa decisão, não condizem com uma ação à altura dos conceitos de quem foi eleito graças à democracia, contra uma professora que tem consciência de que contribuiu para melhorar a qualidade de ensino de uma escola que forma o futuro da nossa cidade.
Sara Louback elogiou a parceria e a disposição da sua ex-vice-diretora, e concluiu que, “tudo isso foi possível porque os pais, os alunos e os empresários amigos da escola acreditaram num sonho que se tronou realidade.
A Folha também apurou que Francismere Andrade, que era diretora da escola Teotônio brandão Vilela, e que fez trabalho igual ao que aconteceu na Pequeno Príncipe, também foi demitida da direção por perseguição política.
A Folha não conseguiu falar com o prefeito e nem com a secretária de Educação sobre estes acontecimentos.
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