Ala ideológica já articula nome para suceder Weintraub

Ala ideológica já articula nome para suceder Weintraub
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixa o edifício sede da Polícia Federal, em Brasília Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

Integrantes do governo ligados a Olavo de Carvalho defendem um substituto para agradar base bolsonarista; demissão é dada como certa.

BRASÍLIA – A demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, é considerada “praticamente certa” até mesmo pela chamada ala ideológica do Executivo. A disputa no Palácio do Planalto, agora, é para emplacar o sucessor na pasta. Filhos do presidente e integrantes do governo ligados ao guru Olavo de Carvalho defendem um substituto “à altura” e com o mesmo perfil de Weintraub para agradar à base bolsonarista. Políticos e militares, que querem um desfecho até o final desta semana, tentam convencer Jair Bolsonaro de que é preciso encontrar um nome que blinde a Presidência das polêmicas.

Pressionados pela crise institucional e pelo próprio presidente, olavistas cederam e já admitem a demissão para apaziguar os ânimos com o Supremo Tribunal Federal (STF), mas argumentam que é preciso não desamparar os apoiadores que fazem a defesa do governo nas redes sociais e nas manifestações. Para eles, o Ministério da Educação é uma trincheira importante no que chamam de “guerra cultural” .

De acordo com pessoas próximas ao ministro da Educação, ele deverá se manter fiel a Bolsonaro, mas quer ter uma função em que possa seguir fazendo a defesa da agenda ideológica e liberal do governo.

A situação de Weintraub já era considerada insustentável para uma parte do governo, mas piorou após ele se reunir, no domingo, 14, com manifestantes bolsonaristas. O grupo desrespeitou uma ordem do governo do Distrito Federal que proibiu protestos na Esplanada dos Ministérios. Weintraub foi multado em R$ 2 mil, nesta segunda-feira, 15, por não usar máscara na ocasião.

No encontro de domingo, o ministro insistiu: “Eu já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos”. O restante da fala é encoberto por aplausos dos manifestantes, que gritam “Weintraub tem razão”. A declaração remete ao que ele já havia dito na reunião ministerial do dia 22 de abril. Na época, o ministro afirmou que, por ele, colocaria na cadeia os ministros da Corte, a quem classificou como “vagabundos”. Weintraub responde a um processo por causa dessa afirmação.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*