Além de partido político, o MDB é uma usina de formar quadros, de produzir mentes brilhantes e visionárias. Suas lideranças políticas emprestam ao governo atual a expertise acumulada nos momentos mais áridos da nossa história.
(*) Por Confúcio Moura – Após momentos de enorme agitação na cena política brasileira, caminhamos para uma situação de quase normalidade civilizatória. Os princípios (e as instituições) democráticos venceram os rompantes de grupos que imaginam existir modelos de convivência social mais justos e equilibrados que a democracia. Os resultados das eleições demonstraram que a maioria dos brasileiros ainda acredita na democracia como valor importante.
O Movimento Democrático Brasileiro – MDB fez uma opção clara pelo modelo de organização social e política em que acredita. Não foi uma decisão simples, não houve unanimidade nisso. Mas, como é da sua tradição, o partido não retaliou e nem prescindiu de nenhum dos seus quadros. O MDB aprendeu, nas lutas, a conviver com as suas próprias contradições.
Ajudamos a ganhar as eleições e, agora, ajudamos a governar. Nossos quadros técnicos e políticos são extremamente qualificados, conhecem a realidade brasileira como poucos e manejam a máquina pública de modo extraordinário. Vejo isso nos quadros aqui de Rondônia, nos ministérios em Brasília, nos governos estaduais e municipais que ocupamos Brasil afora. Além de partido político, o MDB é uma usina de formar quadros, de produzir mentes brilhantes e visionárias. Suas lideranças políticas emprestam ao governo atual a expertise acumulada nos momentos mais áridos da nossa história.
Vencemos a resistência à democracia. Mas temos que avançar naquilo que só é possível alcançar em um regime democrático. Neste sentido, o MDB de Rondônia tem posição clara sobre o potencial do estado e, sobretudo, de suas necessidades. Fomos governos, fizemos oposição, mas nunca abdicamos de participar da vida política no estado, de contribuir, de realizar. Se a economia do estado ocupa posição de destaque no cenário nacional, o MDB tem responsabilidade nisso.
Diante do ocorrido no ambiente político recente – e a cristalização das posições programáticas dos diversos agrupamentos partidários – um esforço importante ainda resta a ser feito pelas forças democráticas do estado. Me refiro a consolidar as condições para que o desenvolvimento de Rondônia se baseie em dois pilares inegociáveis: a inclusão e a sustentabilidade.
Não há dúvida de que o estado reúne condições bastante robustas para gerar riquezas. No entanto, a sua localização geográfica exige cuidados no manejo de seus recursos, ao mesmo tempo em que isso nos traz vantagens comparativas – e recursos financeiros.
O desafio para os partidos que pensam inclusão e sustentabilidade como valores importantes é construir compromisso em torno destas premissas, penso eu. No ano que vem teremos eleições municipais, que serve de primeiro round para as eleições nacionais de 2026. As eleições de 2026 serão a base para o alcance do modelo de desenvolvimento que acreditamos e defendemos: inclusivo e sustentável. Garantir protagonismo nas eleições municipais de 2024 é passo importante para alcançar os objetivos em 2026.
Neste sentido, a convergência de interesses dos partidos de centro, democráticos e progressistas me parece ser um processo natural e legitimo, uma vez que forças divergentes se juntam no outro campo. Isso não significa que as agremiações renunciem aos seus projetos políticos-eleitorais, suas identidades, mas que assumam posições claras em torno de programas que tenham a inclusão e a sustentabilidade como eixo central. O futuro da humanidade exige que seja assim. Me coloco à disposição para o debate.
(*) Confúcio Aires Moura, 75 anos, médico de formação, foi deputado federal por 3 mandatos, prefeito de Ariquemes, governador do estado de Rondônia por duas vezes, é
senador pelo MDB.
Faça um comentário