A coleta, transporte, industrialização da polpa de açaí e a inclusão do produto na merenda escolar da rede pública estadual serão temas a serem discutidos amanhã, durante reunião promovida pelo Ministério Público Federal (MPF). Descendentes de ex-seringueiros soldados da borracha, os açaizeiros de Guajará-Mirim pediram que o MPF intercedesse junto às autoridades governamentais a fim de que eles consigam áreas autorizadas para coleta, industrialização e distribuição do produto.
A Associação dos Açaizeiros de Guajará-Mirim já recebeu equipamentos para a industrialização do açaí há alguns anos – como câmara fria, aparelho com tubos de congelamento e freezeres -, mas que não são efetivamente utilizados porque não há local para instalação. A entidade não possui galpão. Outro aspecto importante é a obtenção do Selo de Inspeção Municipal (Sim), para comprovar que o produto está em boas condições para o consumo.
A comunidade indígena precisa de alternativas de etnodesenvolvimento, possui muito açaí em suas terras mas não tem como transportá-lo e processá-lo.
O procurador da República Daniel Dalberto afirma que “as áreas de preservação ambiental de Rondônia estão quase todas em Guajará-Mirim e esta é a sua riqueza e vocação natural. Quando se fala em desenvolvimento sustentável, imagina-se que as populações nativas e tradicionais vão viver do extrativismo, mas para isto acontecer é preciso lhes dar condições. Buscar alternativas de renda mantendo a floresta em pé é o desafio. Esta reunião é justamente para que isto passe a ser uma realidade”.
A reunião será às 10h na sede do MPF em Porto Velho (rua José Camacho, 3307, bairro Embratel) e terá a participação do vice-governador, Daniel Pereira; Emater; Ministério da Agricultura, Ibama, Idaron; representantes da prefeitura e da Câmara de Guajará-Mirim; açaizeiros; Funai; deputados estaduais, entre outros convidados.
Fonte: MPF/RO (www.prro.mpf.mp.br)
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