No dia 6 de novembro do ano passado, em audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado, realizada em conjunto com a Assembleia Legislativa de Rondônia, em Porto Velho, discutimos o mercado da carne bovina e a defesa agropecuária em Rondônia. Naquele momento, a defasagem do preço do boi gordo de Rondônia foi levantada por diversos produtores, mas o foco da audiência era discutir a defesa agropecuária e, neste sentido, deliberamos pelo encaminhamento de quatro reivindicações de urgência aos ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento.
A primeira era que o governo federal mantivesse e ampliasse a força tarefa que trabalha na defesa agropecuária em Rondônia, com apoio de fiscais federais agropecuários de outros Estados. Pois, para este início de ano, Rondônia precisaria de pelo menos mais 16 fiscais federais. A força tarefa foi mantida.
O segundo encaminhamento foi de que o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento autorizassem o Ministério da Agricultura a fazer a contratação dos 12 médicos veterinários e técnicos federais agropecuários para Rondônia, já aprovados em concurso realizado em 2014. O concurso vence em julho de 2016 e estamos pressionando o governo federal para que chame logo os profissionais aprovados em concurso.
O terceiro item era a imediata retomada dos convênios entre o Ministério da Agricultura e o Governo do Estado, para que os profissionais concursados da Seagri, da Idaron e das prefeituras possam ser inseridos nos trabalhos de fiscalização, visando a certificação para o mercado interno. Essas medidas ainda estão sendo acertadas entre os governos. O quarto encaminhamento era que o Ministério da Agricultura apresentasse uma proposta para discutirmos no Congresso Nacional a mudança na legislação, permitindo a parceria público/privada no trabalho de defesa agropecuária. Estamos aguardando.
Nestas primeiras semanas de janeiro, os pecuaristas de Rondônia estão nos mostrando, através dos seminários do “Grito da Pecuária”, que a situação do setor é bem mais complexa e preocupante do que aparenta. Além do preço do boi gordo em Rondônia, o mais baixo do país, todos os problemas revelados pelos pecuaristas nos mostram que medidas estruturais precisam ser tomadas com urgência para que a crise passageira não configure um cenário negativo de longo prazo para o mercado produtor de carne bovina e para toda a agropecuária de nosso Estado.
Uma coisa é certa, somente com a articulação nas diversas escalas de poder, no setor público e no privado, é que vamos conseguir reunir forças para superar os desafios do momento e planejar o futuro de uma pecuária forte, com alta produtividade e sustentável. Neste sentido, contem com o meu apoio para somarmos forças em torno dos objetivos e metas do setor. Precisamos fortalecer a nossa defesa sanitária, investir em tecnologia, no melhoramento genético de nosso rebanho e organizar toda a cadeia produtiva para conquistar novos mercados.
Hoje, exportamos a carne de Rondônia para a Ásia, a Rússia, a América Latina e os Estados Unidos, e vamos em breve conquistar o mercado europeu. Estamos trabalhando para assegurar a qualidade de nossa carne, a ampliação de mercados e, consequentemente, o desenvolvimento de nosso Estado e do país. Além da perspectiva de ampliarmos a exportação de carne para a Rússia, que já é um grande comprador da carne de Rondônia, agendamos recentemente, durante o Fórum de Agronegócio dos BRICS, em Moscou, uma visita técnica de países da Comunidade Europeia aos Estados de Rondônia e Tocantins, e ao Distrito Federal, que deve ocorrer agora em fevereiro. Nossa carne já é grife internacional, precisamos agora agregar valor. Uma boa semana a todos!
Senador Acir Gurgacz (PDT-RO)
Faça um comentário