“Confúcio X Ton” abre espaço para outro nome ir ao segundo turno

Padre Ton tem preocupado o governador de Rondônia Confúcio Moura e aliados? Se levarmos em conta as ironias da piada pronta, teríamos na disputa pelo maior cargo de Rondônia um Padre e um médico quase sósia do Papa Francisco e, em tese, o papa venceria.

Padre Ton, por si só, não é a ameaça. Confúcio Moura não conseguiu suplantar a desconstrução, por conta do temperamento e falta de pulso. Assim, temos alguém que está no poder, com a máquina na mão, o maior partido do Estado, uma bancada forte, mas, no sentido figurado conseguiu a façanha de ser Jiló da merenda escolar. Aliás, Jiló não, porque Jiló tem sabor, ainda que amargo – Confúcio conseguiu se tornar comida de hospital.

 

Bicho-Papão

Não devia dizer isso, mas, o bicho-papão que preocuparia Confúcio e Cia, seria a própria dona Ivone Cassol (PP), pois ela sim é a única que poderia personificar Ivo Cassol com algum poder de mando.

Portanto, ela sendo vice de Padre Ton, é mesmo algo para se preocupar.

 

Sem novidade

Ao fazer essa análise, não tiro o mérito do Padre Ton e a idoneidade dele. Isso apenas soma na atual circunstância, mas não define uma eleição. Mesmo porque Ton, por ser um petista de carteirinha, não encarna a personagem da novidade. Se fosse Alex Testoni (PSD), por exemplo, o candidato a governador, esse sim seria novidade na política. Não foi candidato porque não tinha partido em que pudesse confiar a segurança de uma candidatura.

Aliás, olho para todos os cantos e não vejo novidade – apenas políticos em fim de carreira, outros sem estrela, mas tentando ser candidato a governador e um monte com a ‘tripa-suja’. Temos algumas promessas, mas, ainda, estão na fralda. O outro restante é formado de figurinhas carimbadas – experientes.

 

Paradigmas

A vitória de Confúcio Moura vai depender muito mais do poder de convencimento do que a estratégia da comparação pura e aberta. Observe que, se o ji-paranaense fosse votar num governador que conseguiu concentrar o maior número de investimento em Ji-Paraná, esse seria Confúcio. Mas ele foi tão incompetente para dizer o que fez, que apenas pelo fato do prefeito Jesualdo Pires (PSB) comparecer a uma obra para ver acompanhar o serviço, e sair nos sites e demais noticiários a satisfação do prefeito, boa parte da população entende – subjetivamente, que a iniciativa do feito é do prefeito. Isso ocorre não porque o prefeito é espertalhão, mas porque o governo é tapado. Não estou dizendo que para isso o governo teria que fazer da entrega de alguns quilos de feijão um carnaval, mas, pelo menos ser eficiente.

 

Risco da polarização

Algo muito curioso pode ocorrer nestas eleições: se ela ficar polarizada, ou seja, ficar entre Confúcio e mais um, no caso, o Padre Ton, Confúcio leva prejuízo. A rejeição é muito grande. É um risco.

Caso surja o terceiro nome que corra por fora, poderia por um dos dois no bolso e garantir vaga no segundo turno, mas teria que ter consistência.

 

Bianco

Um nome que seria capaz de correr por fora e reunir alguma coisa seria José Bianco (DEM), mas ele deverá mesmo confirmar candidatura a deputado federal. Mesmo porque os grupos que tentam se formar estão recheados de vaidade. Aliás, só o desespero costuma reunir tantos interesses em um mesmo toco à deriva numa inundação, no qual pode se encontrar cobras, lagartos e aranhas tentando sobreviver.

 

Incerteza

Não falo em Expedito Júnior (PSDB) nesse processo eleitoral porque ainda não acredito que ele consiga resolver a pendenga com o registro de candidatura junto ao TRE. Apesar de não ser imbatível, ele como candidato a governador, poderia vencer com alguma facilidade, mas isso só seria possível porque a campanha eleitoral de verdade só vai começar mesmo após a Copa do Mundo. Isso representará um tempo muito pequeno e, para Expedito, seria ótimo porque ele não tem resistência para ficar exposto muito tempo e nem discurso que traga algo novo.

 

 

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